É no mínimo curioso enfrentar o choque de realidade ao perceber que obras tão populares, por aqui, não são amplamente reconhecidas em seus países de origem. O impacto é ainda maior quando falamos de obras que fizeram parte da construção de nossa memória afetiva e que, ainda, se fazem presente por via de relançamentos oficiais ou iniciativas oriundas de fãs.
Neste artigo, abordaremos os sucessos regionais das obras de Saint Seiya (nacionalmente conhecido como Os Cavaleiros do Zodíaco) e Top Gear (recentemente renomeado para Top Racer), compreenderemos as circunstâncias de seus sucessos em território nacional, e cogitaremos sobre os motivos de serem obras de baixa popularidade em suas regiões de origem. Com essas informações, ofereceremos devaneios sobre o fenômeno da popularidade regional em obras da cultura geek.
Assumindo a popularidade local de obras que dispensam descrição, precisamos estabelecer as diferenças de uma obra popularmente reconhecida a nível global, de outra a nível local. Como falamos de um jogo de videogame e de uma peça audiovisual oriunda de um mangá, essa diferença se manifesta tanto pela comparação de números absolutos quanto pela observação empírica sobre a aderência dessas obras no cotidiano. Deste modo, consideramos uma obra globalmente popular quando houver distribuição equivalente entre diferentes regiões aferidas; e consideramos uma obra localmente popular quando houver discrepância em qualquer região específica.
Sob esses critérios, Saint Seiya se apresenta localmente popular no Brasil a partir das intenções de busca em mecanismos de pesquisa sobre termos relacionados. De acordo com a ferramenta Ahrefs, somando o volume de termos em inglês, português e japonês, o Brasil fica com 64% das intenções de busca enquanto japoneses ficam com 36%. Ainda sobre a franquia, a bilheteria de seu mais recente longa-metragem rendeu $976,434 em receita bruta de bilheteria contra $310,680 no Japão, conforme o Box Office do IMDB.
Sobre Top Gear,
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